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quinta-feira, 18 de março de 2010

Blog do Editor homepage Israel sob pressão: bom sinal?

As relações entre Estados Unidos e Israel azedaram depois que um anúncio de novas construções na ocupada Jerusalém Oriental desmoralizou a visita do vice-presidente americano, Joe Biden, ao Estado judeu. Pouco tempo atrás, eu discuti aqui neste blog o fato de o governo de Israel ter criado mais problemas para o presidente Barack Obama do que este imaginava. Aparentemente, o que já estava ruim ficou pior, apesar de os dois lados tentarem agora acalmar os ânimos. Diante de uma afronta diplomática, a Casa Branca viu-se obrigada a falar grosso com seu histórico aliado no Oriente Médio para não perder totalmente a credibilidade como promotora da paz entre israelenses e palestinos.

Para entender o momento atual, vale relembrar a história recente. Pouco antes da vitória de George W. Bush contra Al Gore, na disputa pela Casa Branca, uma nova intifada explodia nos territórios palestinos ocupados. O início do governo do republicano, em janeiro de 2001, não ajudou a acalmar os ânimos, pelo contrário. Ao reafirmar, constantemente, seu apoio a posições duras de Israel em relação aos palestinos, no cenário "anti-terror" de pós-11 de Setembro, Bush deu forças aos conservadores israelenses. A Terra Santa viveu momentos dramáticos, como o cerco a Belém, a batalha de Jenin e vários atentados suicidas contra civis israelenses, isso apenas no sangrento ano de 2002. Na época, Bush propôs seu chamado Road Map, ou Mapa da Paz, o plano prevendo um Estado palestino ao lado de Israel. Mas, apesar da retirada israelense da Faixa de Gaza em 2005, vieram a invasão do Líbano, em 2006, e o bombardeio de Gaza em 2008/2009, que deixaram milhares de árabes mortos, a maioria civis. Durante os anos Bush, Israel ainda construiu um muro dentro da Cisjordânia ocupada, que parece ter prevenido atentados suicidas palestinos, mas abalou a vida em comunidades árabes locais. O Mapa da Paz de Bush não levou a lugar algum.

Bush, que chegou a dizer que o futuro mapa da região deveria considerar a nova realidade criada pelos inúmeros assentamentos judaicos na Cisjordânia, plantou em Israel a certeza de que Washington estaria ao seu lado sob quaisquer circunstâncias. Mas Barack Obama tentou mudar o discurso e, já no primeiro ano de governo, exigiu que Israel suspendesse a construção de casas em assentamentos na Cisjordânia. Israel vinha ignorando os pedidos do presidente americano, sem graves consequências. Mas a desfeita israelense, quando Joe Biden visitava o país, foi demais para Obama. O presidente lançou Hillary Clinton, assessores e porta-vozes numa ofensiva para deixar claro que Israel havia ido longe demais, caracterizando uma verdadeira crise diplomática. E isso é um bom ou mau sinal? A intransigência israelense dá margem a mais pessimismo, por indicar que Israel não estaria disposto a negociar a paz, mesmo sob crescente pressão americana. Mas o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que visitou a região nesta semana e ofereceu o Brasil como possível mediador no conflito, pode ter resumido bem o signficado da crise.

Lula disse que o esfriamento das relações entre Washington e Tel Aviv pode ser "a coisa mágica" que leve a um acordo de paz entre israelenses e palestinos. As negociações, paralisadas especialmente devido ao cerco que ainda existe à Faixa de Gaza e à expansão de assentamentos na Cisjordânia, precisavam urgentemente de um fato novo. Um fato que pudesse abalar a certeza israelense de que Washington estará sempre do seu lado e, com isso, forçar Israel a fazer concessões e voltar ao diálogo. Lula ainda não obteve uma cadeira para o Brasil na mesa de negociações, mas sabe que uma crise pode ser o único remédio capaz de tirar um processo de paz do atoleiro.

Fonte: BBC / http://webradiogospel.com
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