
A cruz de madeira levantada espontaneamente por escoteiros poloneses depois da catástrofe do avião presidencial em Smolensk, no oeste da Rússia, deveria ter sido transferida no dia 3 de agosto para uma igreja na Polônia, mas um grupo de ativistas impediu que isso acontecesse. No acidente, o presidente, sua esposa e outras 94 pessoas morreram.
Pela primeira vez na Polônia, país onde 90% dos habitantes são católicos, milhares de pessoas manifestaram-se na segunda-feira contra a presença da cruz em um espaço público. Muitos jovens se organizaram com a ajuda do site de relacionamentos Facebook.
"É um fenômeno novo. Estes jovens contestam a Igreja como instituição, mais do que a religião", disse o sociólogo Edmund Wnuk-Lipinski.
Reunidos em frente ao Palácio Presidencial, os manifestantes ironizaram os defensores da cruz, entoando canções de ninar ou gritando palavras de ordem contra a Igreja. Alguns deles vieram fantasiados de personagens da saga "Guerra nas Estrelas".
"Um dos aspectos importantes do conflito, é que a disputa tem a ver com a Igreja e seus símbolos na vida pública. A determinação dos defensores da cruz em frente ao Palácio Presidencial faz apenas aumentar o número de adversários", explicou à AFP Janusz Czapinski, especialista em psicologia social.
Esta situação reforça o partido social-democrata SLD, a terceira força política da Polônia, atrás dos liberais no poder e a oposição conservadora.
O SLD denuncia abertamente a concordata entre a Igreja Católica e o Estado, assinado em 1993, que oferece um grande espaço à Igreja dentro da vida pública.
Os militantes sócio-democratas lançaram na terça-feira um abaixo-assinado "pedindo o respeito da Constituição e a defesa do caráter laico do Estado". Eles afirmam ter coletado 2 mil assinaturas no primeiro dia.
A polêmica tomou uma dimensão política após o anúncio do projeto de deslocamento da cruz pelo presidente Bronislaw Komorowski, eleito no dia 4 de julho, vencendo seu rival conservador Jaroslaw Kaczynski.
A transferência havia sido decidida pela diocese de Varsóvia, pela presidência da República e pelas organizações de escoteiros. Mas pessoas próximas impediram que a cruz fosse removida.
AFP/Notícias Cristãs
Fonte: http://webradiogospel.com.br
0 comentários: on "Separação da Igreja Católica e o Estado polonês"
Postar um comentário