O Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur) informou nesta terça-feira que o governo da Líbia decidiu expulsar a organização do país.
Segundo Melissa Fleming, porta-voz da organização, o governo líbio não deu nenhuma explicação à entidade sobre sua decisão.
Fleming lamentou a expulsão e afirmou que o ato do governo líbio é ainda mais grave porque a Itália tem uma política de enviar imigrantes ilegais de volta à Líbia.
O Acnur, que tem 26 funcionários na Líbia, dá abrigo, assistência médica e outros tipos de ajuda a refugiados e a pessoas que buscam asilo no país.
Sem política
De acordo com a correspondente da BBC em Genebra Imogen Foulkes, dezenas de milhares de imigrantes de vários lugares da África vão para a Líbia com a esperança de cruzar o Mar Mediterrâneo com destino à Europa.
Mas a Líbia, que não é signatária da convenção da ONU para refugiados, não tem um sistema nacional para atender refugiados.
Fleming afirma que o Acnur, que trabalha na Líbia desde 1991, é a única agência que lida com essas pessoas no país, analisando documentos e dando abrigo e cuidados médicos aos imigrantes.
"O Acnur é o sistema de asilo na Líbia", afirmou. "Isto (a expulsão da agência) vai deixar um enorme vácuo para milhares de refugiados e para os que tentam asilo, que já estão lá e, claro, para os que vão continuar a chegar em barcos", acrescentou.
A agência afirma que vai continuar negociando com o governo líbio para tentar continuar no país.
A correspondente da BBC em Trípoli Rana Jawad disse que as autoridades líbias acreditam que a maioria daqueles que alegam ser refugiados são na verdade imigrantes econômicos.
Cerca de 9 mil refugiados - a maioria palestinos, iraquianos, sudaneses e somalis – já foram registrados na Líbia pelo Acnur. Além destes, há também outros 3,7 mil pessoas, principalmente da Eritreia, que tentam asilo no país.
Até o momento, o governo líbio não deu nenhuma declaração oficial sobre a expulsão da agência.
Fonte: BBC / http://webradiogospel.com
0 comentários: on "Agência de refugiados da ONU diz ter sido expulsa da Líbia"
Postar um comentário