
O terror voltou ontem a Moscovo, com dois atentados suicidas sangrentos na linha vermelha do metro da capital russa. Quarenta minutos separaram as explosões nas estações de Lubyanka e Park Kultury. 39 pessoas perderam a vida e outras 71 sofreram ferimentos, segundo disse um membro do departamento de saúde da capital russa ao canal Rossiya-24.
Na origem dos atentados estão duas mulheres ligadas à guerrilha do Cáucaso, que, segundo a secreta russa, teriam dois ou três cúmplices. Estes estão agora a ser procurados, numa altura em que o receio acompanha os moscovitas na sua tentativa de voltar à normalidade.
"Subitamente, uma mulher saiu do metro e disse-me que tinha havido uma explosão na segunda carruagem. A seguir a ela saiu um homem aos gritos e a chorar, gritando graças a Deus, por ainda estar vivo", contou, à AFP, Liudmila Samokatova, que vende jornais à saída do centro da primeira explosão. A estação de Lubyanka fica perto do Kremlin e da sede dos serviços secretos russos, o FSB, sucessor do KGB. O primeiro-ministro Vladimir Putin, que enquanto esteve na presidência do país liderou uma luta sem tréguas contra a guerrilha da Chechénia, foi agente do KGB durante vários anos. Ontem, na Sibéria, onde estava, voltou a garantir que "os terroristas serão aniquilados". Muitos analistas consideram, porém, que este duplo atentado parece revelar o falhanço da repressão da guerrilha islâmica no Cáucaso.
"Há seis anos que não havia atentados aqui e o mais provável é que isto seja um acto de vingança pelos cabecilhas da guerrilha que têm sido eliminados nos últimos tempos pelas tropas russas na Inguchétia e no Daguestão", disse ao DN Evgueny Mouravitch. O correspondente da RTP, desde 1995, soube da notícia pela televisão e deslocou-se para o local de metro, através das outras linhas que continuaram em funcionamento. "Quando fui, havia pouca gente, especialmente nas duas carruagens da frente, que é a zona onde as explosões ocorreram. As coisas à tarde acalmaram, mas de manhã foi o caos total. Os feridos foram retirados de helicóptero. Muitas pessoas foram a pé ou de táxi. Os taxistas subiram os preços dez vezes e os particulares começaram a cobrar pelas boleias", contou o jornalista russo.
As autoras dos atentados, que foram condenados em uníssono pela comunidade internacional, terão contado com a ajuda de pelo menos três cúmplices, duas mulheres de ar eslavo e um homem, segundo fontes policiais que foram citadas pela agência Efe. As autoridades terão desactivado um terceiro cinto de explosivos em Park Kultury, disse a Ria Novosti, o que poderá indicar a desistência por parte de uma terceira suicida. As agências indicam que os serviços secretos russos poderão ter tido informações sobre o ataque, pois várias testemunhas relataram que no sábado foram realizados vários controlos policiais numa zona perto de Lubyanka.
As autoridades encontraram partes do corpo de uma das mulheres, o que permitiu fazer a identificação: tinha entre 18 e 20 anos. Os cintos, detonados quando a composição do metro abriu as portas, segundo testemunhas, continham entre um e dois quilos de explosivos e pregos. Esta técnica, que também foi usada há cinco anos pelos suicidas que atentaram no metro de Londres, visa provocar o maior impacto e maior número de vítimas possível.
Fonte: DN.PT / http://webradiogospel.com / http://webradiogospel.com.br
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